Psique era uma jovem tão linda que Vênus passou a ter ciúmes dela. A deusa deu ordens a Cupido para induzir Psique a apaixonar-se por alguma criatura de má aparência, porém o próprio Cupido tornou-se seu amante. Cupido a pôs num palácio, mas somente a visitava na escuridão e a proibiu de tentar vê-lo. Movidas pelo ciúme as irmãs de Psique disseram-lhe que ele era um monstro e iria devorá-la.
Certa noite Psique pegou uma lamparina e iluminou o quarto para ver Cupido adormecido. Excitada diante da visão de sua beleza ela deixou cair sobre Cupido uma gota do óleo da lamparina, e o despertou. Por causa disso o deus abandonou-a, ressentido pela sua desobediência. Sozinha e cheia de remorsos Psique procurou o amante por toda a terra, e várias tarefas difíceis lhe foram impostas por Vênus. A primeira delas foi separar na escuridão da noite as impurezas de um monte enorme de várias espécies de grãos, porém as formigas apiedaram-se de Psique e vieram em grande número para realizar a tarefa por ela.
Cupido fica encantado
com a beleza de Psique
(Maurice Denis)
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"Embora sem um templo, embora sem altar!"
A história de Cupido e Psique é, geralmente, considerada alegórica. Psique em grego significa borboleta como alma. Não há alegoria mais notável e bela da imortalidade da alma como a borboleta, que, depois de estender as asas, do túmulo em que se achava, depois de uma vida mesquinha e rastejante como lagarta, flutua na brisa do dia e torna-se um dos mais belos e delicados aspectos da primavera. Psique é, portanto, a alma humana, purificada pelos sofrimentos e infortúnios, e preparada, assim, para gozar a pura e verdadeira felicidade.
Nas obras de arte, Psique é representada como uma jovem com asas de borboleta, juntamente com Cupido, nas diferentes situações descritas pela fábula.
Milton refere-se à história de Cupido e Psique, na conclusão do seu "Comus":
Seu filho, o deus Cupido, logo avança,
A linda amada, em transe, conduzindo,
Após tantos labores enfrentar;
Eis que, com a aprovação dos deuses todos,
Em sua esposa eterna há de torná-la.
E, de tal himeneu, irão dois gêmeos,
Juventude e Prazer, venturosos,
Muito em breve nascer; jurou-o Jove.
A lenda de Cupido e Psique é também apresentada nestes versos de T.K.Harvey:
Quanta lenda tão bela, outrora nesse dia
A história de Cupido e Psique apareceu pela primeira vez nas obras de Apuleio, escritor do segundo século da nossa era. É, portanto, uma lenda muito mais recente que a maioria das outras da Idade da Fábula. É a isso que Keats faz alusão, em sua "Ode a Psique":
Ó mais bela visão! Ó derradeira imagem
Da estirpe celestial, da olímpica linhagem!
Referência bibliográfica
A lenda de Cupido e Psique é também apresentada nestes versos de T.K.Harvey:
Psique descobre que seu misterioso amante é Cupido (Maurice Denis) |
Quanta lenda tão bela, outrora nesse dia
Longínquo em que a razão tomava à fantasia
A asa multicor e, entre areias de ouro,
O rio carregava um líquido tesouro!
Quando a mulher sem par, beleza peregrina,
Que de sofrer e amar e lutar teve a sina,
A terra percorreu, exausta, noite e dia,
À procura do Amor, que só no céu vivia!
A história de Cupido e Psique apareceu pela primeira vez nas obras de Apuleio, escritor do segundo século da nossa era. É, portanto, uma lenda muito mais recente que a maioria das outras da Idade da Fábula. É a isso que Keats faz alusão, em sua "Ode a Psique":
O casamento de Psique
(Maurice Denis)
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Ó mais bela visão! Ó derradeira imagem
Mais bela que Diana livre de seu véu
E que Vésper erguida entre os astros do céu!
Que, no Olimpo, pudeste reluzir e ofuscar,
Embora sem um templo, embora sem altar!
A vingança de Vênus (Maurice Denis) |
Psique reanimada pelo beijo de Cupido (Antonio Canova - Museu de Louvre) |
Psique abandonada, 1790 (Augustin Pajou 1730-1809) |
Referência bibliográfica
http://www.starnews2001.com.br/cupido/cupid_story.html. Acessado em 19 de outubro de 2013.