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17 de agosto de 2009

Resenha do Livro - A Revolução dos Bichos de George Orwel

Por Helena Sut

“Lembro-vos também de que na luta contra o Homem não devemos ser como ele. Mesmo quando o tenhais derrotado, evitai-lhe os vícios. Animal nenhum deve morar em casas, nem dormir em camas, nem usar roupas, nem beber álcool, nem fumar, nem tocar em dinheiro, nem comerciar. Todos os hábitos do Homem são maus. E, principalmente, jamais um animal deverá tiranizar outros animais. Fortes ou fracos, espertos ou simplórios, somos todos irmãos. Todos os animais são iguais.”

George Orwell

O início de uma fábula contemporânea. O dono da Granja do Solar, Sr. Jones, embriagado com o poder, tranca o galinheiro e vai para a cama cambaleando.

Major, um porco ancião e já premiado, reúne todos os animais e conta seu sonho visionário de como será o mundo depois que o homem desaparecer, declara em tom profético a necessidade dos bichos assumirem suas vidas, acabando com a tirania dos homens, e canta a canção “Bichos da Inglaterra”.

Os animais são contagiados pelos versos revolucionários e entoam apaixonadamente a canção recém-aprendida. Sr. Jones acorda, alarmado com a possível presença de uma raposa, e com uma carga de chumbo disparada na escuridão encerra a cantoria.

Major falece três noites após. A morte emoldura o mito e suas palavras ganham destaque nas falas dos animais mais inteligentes da granja. Ninguém sabe quando será a rebelião, mas a necessidade de libertação domina os diálogos. Os bichos mais conservadores insistem no dever de lealdade ou no medo do incerto: “Seu Jones nos alimenta. Se ele for embora, morreríamos de fome”.

Os perfis dos animais são traçados: os porcos, as ovelhas, os cavalos, as vacas, as galinhas, o burro... Todos com traços marcantes de manipulação, alienação, rigidez, ignorância, dispersão, teimosia...

A rebelião ocorre mais cedo do que esperavam. Com a expulsão do Sr. Jones da granja, surge o momento de reorganizar o funcionamento da propriedade. Os porcos assumem a liderança, dirigem e supervisionam o trabalho dos outros, e os demais animais dão continuidade à colheita. Alguns bichos se destacam pela obstinação, como o cavalo Sansão, cujo lema é “Trabalharei mais ainda.”

Os sete mandamentos, declarados por Major, são escritos na parede:

- Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo.

- O que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas, é amigo.

- Nenhum animal usará roupa.

- Nenhum animal dormirá em cama.

- Nenhum animal beberá álcool.

- Nenhum animal matará outro animal.

- Todos os animais são iguais.

Bola-de-neve e Napoleão se destacam na elaboração das resoluções. Sempre com posições contrárias. Os demais animais aprenderam a votar, mas não conseguem formular propostas. A pluralidade de pensamentos dá margem aos debates e às escolhas.

Os sete mandamentos, elaborados na revolução, são condensados no lema “Quatro pernas bom, duas pernas ruim”. A síntese do “animalismo” é repetida pelas ovelhas no pasto por horas a fio.

Sr. Jones tenta recuperar a propriedade, mas é vencido pelos bichos na “Batalha do Estábulo”. O porco Bola-de-neve e o cavalo Sansão são condecorados pela bravura demonstrada no conflito. A vaca Mimosa foge para uma propriedade vizinha seduzida pelos mimos oferecidos por um humano. Surge a idéia de construção de um moinho de vento... Os animais ficam divididos com a perspectiva do novo.

Bola-de-neve e Napoleão sobem ao palanque e montam suas campanhas políticas. A eloqüência de Bola-de-neve conquista os animais, mas a força dos cães de Napoleão expulsa Bola-de-neve da granja e “legitima” Napoleão no cargo de líder diante dos atemorizados bichos.

Os bichos trabalham como escravos na construção do moinho de vento e gradativamente vão perdendo a memória de como era a vida na época do Sr. Jones. Animais trabalhadores, como “Sansão”, acordam mais cedo, trabalham nas horas de folga e assumem as máximas elaboradas pelos donos do poder: “trabalharei mais ainda” e “Napoleão tem sempre razão”.

Como a maioria dos animais não aprendeu a ler, os mandamentos vão sendo alterados na medida em que Napoleão e seus assessores vãos assumindo posições contrárias aos princípios que nortearam a revolução: os porcos começam a comerciar a produção da granja, passam a residir na casa do Sr. Jones, dormem em camas, usam roupas, bebem uísque, se relacionam com homens... A maioria dos animais é facilmente convencida dos seus “equívocos de interpretação” e os poucos que conseguem ler e interpretar as adulterações do poder se omitem...

Alguns animais são executados sob a alegação de alta traição. Tudo o que ocorre de errado na granja é de “responsabilidade” de Bola-de-neve. Sua história é enterrada na lama de mentiras e manipulação imposta pelo novo regime. As reuniões de domingo são proibidas e a canção “Bichos da Inglaterra” é censurada. Os bichos trabalham mais e não são reconhecidos por seus esforços. Todas as condecorações são dadas ao líder.

Os animais passam privações, suas rações são diminuídas em prol do bem comum. Os porcos são agraciados com os privilégios do poder. Uma segunda batalha com os humanos surpreende os animais enfraquecidos, mas, apesar das muitas perdas, eles vencem e permanecem sob a ditadura imposta por Napoleão. Infelizmente perderam os parâmetros para avaliação, perderam a memória da história antes do governo de Napoleão.

Os homens destroem o moinho de vento e os animais trabalham mais para reconstruí-lo. A dedicação do cavalo Sansão é assustadora, abdica da própria saúde em prol do ideal. Depois de alguns dias é vencido pela fragilidade da avançada idade e do pulmão debilitado... Os porcos simulam uma internação num grande hospital, mas entregam o velho cavalo ao matadouro – fabricante de cola. Os direitos do trabalhador e do aposentado se encerram na indiferença dos poderosos.

O burro Benjamim, que aprendeu a ler apesar de ter preferido o silêncio durante todo o período, tenta alertar os demais animais, mas é tarde... O porco Garganta convence os bichos de que a carroça que levou o cavalo foi comprada pelo grande veterinário, mas continuou com os letreiros do velho dono... Poucos dias depois, o anúncio da morte de Sansão chega à granja e os porcos recebem um caixa de uísque...

Os animais escravizados ganham alento nas palavras do corvo Moisés que garante que, finda esta vida de sofrimentos, haverá a “Montanha de Açúcar – Cande”, “o lugar feliz onde nós, pobres animais, descansaremos para sempre desta nossa vida de trabalho”.  As atitudes dos porcos com Moisés são ambíguas: afirmam, aos bichos, que a história de Moisés é uma grande mentira, porém deixam-no permanecer na granja sem trabalhar e ainda com direito a um copo de cerveja por dia. A religião arrebanha algumas “ovelhas”.

“Passaram-se anos. As estações vinham, passavam, e a curta vida dos bichos se consumia.” A nova geração só conhecia esta realidade, exceto Quitéria, Benjamim, o corvo Moisés e alguns porcos... A vida era muito difícil, mas existia a certeza de que todos os animais eram iguais... Não tardou para os bichos espantados presenciarem os porcos andando sobre duas patas com chicotes nas mãos.

Só restava um único mandamento e mesmo assim adulterado: “Todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais que outros”. Depois disto nada mais se estranhava, os porcos fumavam, bebiam e andavam vestidos – haviam se assenhorado dos hábitos do Sr. Jones. Uma noite, os porcos receberam os vizinhos humanos para uma reunião na casa. Os demais animais ficaram à espreita na janela da sala de estar.

Seguiram-se pronunciamentos, declarações de mútuo afeto e admiração por parte dos porcos e dos homens. Os vizinhos humanos parabenizaram os porcos pelos métodos modernos de ordem e disciplina impostos: “... os animais inferiores da Granja dos Bichos trabalhavam mais e recebiam menos comida do que quaisquer outros animais do condado.”

Todos os alicerces da revolução estavam corrompidos nas palavras de Napoleão, até mesmo a granja voltaria a ter o mesmo nome da época do Sr. Jones: “Granja do Solar”.

Os animais, estupefatos, se afastaram, mas não alcançaram vinte metros quando iniciou uma violenta discussão entre Napoleão e o vizinho humano, motivada por uma jogada no carteado...

“As criaturas de fora olhavam de um porco para um homem, de um homem para um porco e de um porco para um homem outra vez; mas já era impossível distinguir quem era homem, quem era porco.”

A metáfora da janela é fundamental para a abertura da percepção da realidade. Os ditadores podem estar revestidos em qualquer corpo se mantiverem as máscaras capazes de adulterar a memória histórica dos governantes, tornando-os marionetes manipuladas com o medo e a omissão.

O que fazer com a última mensagem do livro, qual seja, a impossibilidade de distinguir quem era porco e quem era homem? Pensar que qualquer bicho fará o mesmo quando investido de poder ou refletir sobre as atitudes e omissões de quem legitima o poder com o trabalho diário e a aceitação do crescente empobrecimento?

“A revolução dos bichos” é um texto que, a princípio, parece visionário, mas, em poucos capítulos, identificamos os acontecimentos históricos na sátira elaborada pelo grande escritor. George Orwell, certamente, foi um homem que conseguiu uma lúcida interpretação da sociedade e quis alardear suas percepções sobre os movimentos sociais, o poder e os indivíduos.

A revolução russa. Major (Lenin); Napoleão (Stalin); Bola-de-neve (Trotsky); as ovelhas, que repetem sem consciência os lemas; os cavalos com seus tapa-olhos que só conseguem olhar para o trabalho; as galinhas que se perdem na dispersão; o burro empacado em suas verdades, impossibilitado de denunciar aos demais os abusos praticados; os cães fiéis à guarda de seus donos... Todos personagens históricos personificados nos bichos, escravos da própria revolução, prisioneiros dos sonhos depauperados...

Como alterar a história? Tornar-se sujeito ativo de transformação?  Reescrevendo os velhos mandamentos e ensaiando uma precipitada revolução ou elaborando uma nova análise das conjunturas a fim de reavaliar nossos princípios?

A revolução dos bichos se repete na história. Novos personagens assumem os papéis dos protagonistas e o enredo continua... Alguns preferem a silenciosa leitura dos fatos, outros desejam escrever novos capítulos...

É, caro leitor, precisamos de engajamento, comprometimento com os mandamentos que norteiam nossas ações, e de ter a coragem de espreitar a realidade com olhos de transformação, sem apagar a memória de nossas conquistas históricas.

George Orwell, escritor, jornalista e militante político, participou da Guerra Civil Espanhola na milícia marxista/trotskista e foi perseguido, junto aos anarquistas e outros comunistas, pelos stalinistas. Desencantado com o governo de Stalin, escreveu “A Revolução dos Bichos” em 1944. Nenhum editor aceitou publicar a sátira política, pois, na época, Stalin era aliado da Inglaterra e dos Estados Unidos. Só após o término da guerra, em 1945, é que o livro foi publicado e se tornou um sucesso editorial. 

Publicado no Recanto das Letras em 25/01/2005

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A obra – A Revolução dos Bichos

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13 de agosto de 2009

Tutankhamon

Como é fascinante e magnífica a civilização egípcia. Vale à pena apreciarmos, compreendermos, estudarmos e observarmos o conjunto das características da vida social e cultural desta sociedade milenar, para isso, vejamos o slide a seguir:


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A Civilização Egípcia

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O Significado do Olho de Hórus
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Assista o documentário na íntegra sobre "A Rainha Nefertiti"

11 de agosto de 2009

Deus, quem é Ele?

Muitas pessoas, filósofos, teólogos, psicólogos, cientistas, diversas religiões e crenças, tentaram e procuram traçar uma idéia sobre Deus. E atualmente, encontramos várias respostas, teorias, reflexões sobre Ele. Tal questionamento acima nos inquieta, nos incomoda e suscita sempre uma reflexão coesa, séria e profunda.

Por esse motivo, por causa das inquietações, das angústias, das inseguranças, do medo e pela falta de informação sobre a idéia de Deus e de sua beleza, apresento algumas idéias, reflexões e até uma resposta acerca do questionamento provocado.

Entretanto, o assunto não é debater ou discutir a existência real de Deus, todavia é uma proposta à reflexão sobre a concepção de Deus que temos ou não. E também, a abordagem quer tratar sobre a distinção e as semelhanças de argumentos que algumas religiões fazem d’Ele.

Portanto, vejamos como se realiza essa pluralidade de idéias, porque certamente a reflexão sobre Deus é um assunto de foro íntimo tanto para as pessoas como para as religiões.

1) François-Marie Arouet (Voltaire)

Deus, Deuses

[Seção I]

(...) O conhecimento de um Deus não foi impresso em nós pelas mãos da natureza, pois, todos os homens teriam a mesma idéia, e idéia alguma nasce conosco. Ela não nos vem como a percepção da luz, da terra, etc., que recebemos a partir do momento em que nossos olhos e nosso entendimento se abrem. É uma idéia filosófica? Não. Os homens admitiram deuses antes que houvesse filósofos.

De onde veio, pois, essa idéia? Do sentimento e dessa lógica natural que se desenvolve com a idade nos homens mais rudes. Foram vistos efeitos surpreendentes da natureza, colheitas e secas, dias serenos e tempestades, benefícios e flagelos e um senhor foi sentido. Foram necessários chefes para governar sociedades e houve necessidade de admitir soberanos desses soberanos novos que a fraqueza humana se havia dado, seres cujo poder supremo fizesse tremer homens que pudessem oprimir seus iguais. Os primeiros soberanos empregaram, por sua vez, essas noções para firmar seu poder. Aí estão os primeiros passos, aí está por que cada pequena sociedade tinha seu deus. Essas noções eram grosseiras, porque tudo o era. É muito natural raciocinar por analogia. Uma sociedade com um chefe não negava que o povo vizinho tivesse também seu juiz, seu capitão; por conseguinte, não podia negar que tivesse também seu deus. Mas como cada povo tinha interesse que seu capitão fosse o melhor, tinha interesse também em acreditar e, por conseguinte, acreditava que seu deus era o mais poderoso. Assim surgem essas antigas fábulas, por tanto tempo geralmente difundidas, que os deuses de uma nação combatiam contra os deuses de outra. Assim surgem tantas passagens nos livros hebraicos que desvelam a todo momento a opinião dos judeus de que os deuses de seus inimigos existiam, mas que o deus deles era superior.

Entretanto, houve sacerdotes, magos, filósofos nos grandes Estados, onde a sociedade aperfeiçoada podia comportar homens ociosos, ocupados em especulações.
Alguns dentre eles aperfeiçoaram sua razão até reconhecer em segredo um Deus único e universal. Assim, embora entre os antigos egípcios se adorasse Osiri, Osíris ou, melhor, Osiret (que significa esta terra é minha), embora eles adorassem também outros seres superiores, admitiam, no entanto, um deus supremo, um princípio único que chamavam de Knef e cujo símbolo era uma esfera posta no frontispício do templo.

Segundo esse modelo, os gregos tiveram seu Zeus, seu Júpiter, senhor dos outros deuses, que não eram senão os anjos para os babilônios e para os hebreus e os santos, para os cristãos da comunhão romana.

É uma questão mais espinhosa do que se pensa, e muito pouco aprofundada, de que vários deuses iguais em poder pudessem subsistir ao mesmo tempo.

Nós não temos nenhuma noção adequada da divindade, nos deixamos levar somente de suspeita em suspeita, de verossimilhanças para probabilidades. Chegamos a um número muito restrito de certezas. Há alguma coisa, portanto, há alguma coisa de eterno, pois, nada se produz do nada. Esta é uma verdade certa, sobre a qual se baseia o espírito. Toda obra que nos mostrar meios e um fim, anuncia um artesão; logo, este universo, composto de molas, de meios, cada um dos quais tem seu fim, descobre um artesão muito poderoso, muito inteligente. Aí está uma probabilidade que se aproxima da maior certeza; mas esse artesão supremo é infinito? Está em toda parte? Está num só local? Como responder a esta pergunta com nossa inteligência limitada e com nossos fracos conhecimentos?

Só minha razão me prova um ser que formou a matéria deste mundo; mas minha razão é impotente para me provar que ele tenha feito esta matéria, que a tenha tirado do nada. Todos os sábios da antiguidade, sem nenhuma exceção, julgaram a matéria como eterna e subsistente por si. Tudo o que posso fazer sem o auxílio de uma luz superior é, portanto, crer que o Deus deste mundo é também eterno e existente por si, Deus e a matéria existem pela natureza das coisas. Outros deuses assim como outros mundos não subsistiriam? Nações inteiras, escolas muito esclarecidas admitiram realmente dois deuses neste mundo: um seria a fonte do bem e o outro, a fonte do mal. Admitiram uma guerra interminável entre duas potências iguais. Certamente a natureza pode mais facilmente tolerar na imensidão do espaço vários seres independentes, senhores absolutos, cada um em sua extensão, do que dois deuses limitados e impotentes neste mundo, dos quais um não pode fazer o bem e o outro não pode fazer o mal.

Se Deus e a matéria existem desde toda a eternidade, como a antiguidade acreditou, aí estão dois seres necessários; ora, se há dois seres necessários, pode haver trinta deles. Somente estas dúvidas, que são o germe de uma infinidade de reflexões, servem pelo menos para nos convencer da fraqueza de nosso entendimento. É necessário que confessemos nossa ignorância sobre a natureza da divindade com Cícero. Nunca seremos mais que ele.

É em vão que as escolas nos dizem que Deus é infinito negativamente e não privativamente, formaliter et non materialiter (formalmente e não materialmente); que é o primeiro, o médio e o último ato; que está em toda parte sem estar em lugar algum; cem páginas de comentários sobre semelhantes definições não podem nos trazer a menor luz. Não possuímos degrau nem ponto de apoio para subir até semelhantes conhecimentos. Sentimos que estamos sob a mão de um ser invisível: é tudo, e não podemos fazer um passo sequer para além disso. Há uma temeridade insensata em querer adivinhar o que é esse ser, se é extenso ou não, se existe num lugar ou não, como existe, como opera.

Fonte

VOLTAIRE. Dicionário filosófico. Tradução: Ciro Mioranza e Antonio Geraldo da Silva. São Paulo: Editora Escala, 2008, pág 207-209.

[Seção III]

Sob o império de Arcádio, Logômacos, teólogo de Constantinopla, foi até a Cítia, e se deteve ao pé do Cáucaso, nas férteis planícies de Zefirim, nas fronteiras de Cólquida. O bom velho Dondindac estava em sua ampla sala baixa, entre seu grande aprisco e a vasta granja; ajoelhando, em companhia da mulher, dos cinco filhos e cinco filhas, de seus pais e seus criados, e todos cantavam louvores a Deus depois de uma leve refeição. “Que estás fazendo?”– perguntou-lhe Logômacos. – “Não sou idólatra”, respondeu Dondindac. – “Deves ser idólatra, disse Logômacos, pois és cita e não és grego. Pois bem, dize-me, que cantavas em teu bárbaro linguajar da Cítia?”– Todas as línguas são iguais aos ouvidos de Deus, respondeu o cita; cantávamos seus louvores.” – “Que coisa extraordinária, replicou o teólogo: uma família cita que ora a Deus sem ter sido instruída por nós!”

Logo se seguiu um diálogo com o cita Dondindac, pois o teólogo sabia um pouco de cita e o outro um pouco de grego. Esse diálogo foi encontrado num manuscrito conservado na biblioteca de Constantinopla.

Logômacos – Vamos ver se sabes teu catecismo. Por que oras a Deus?
Dondindac – Porque é justo adorar o Ser Supremo, de quem tudo temos.
Logômacos – Nada mal para um bárbaro! E que lhe pedes?
Dondindac - Agradeço-lhe os bens de que desfruto e até mesmo dos males com os quais me prova; mas evito de lhe pedir qualquer coisa; ele sabe melhor do que nós do que necessitamos e fico receoso, por outro lado, de lhe pedir bom tempo enquanto meu vizinho lhe estaria pedindo chuva.
Logômacos – Ah! Já desconfiava que ias me dizer alguma tolice. Vamos tomar as coisas de mais alto. Bárbaro, quem te disse que há um Deus?
Dondindac – A natureza inteira.
Logômacos – Isso não é suficiente. Que idéias tens de Deus?
Dondindac – A idéia que é meu criador, meu senhor, que vai me recompensar se praticar o bem e que vai me castigar se fizer o mal.
Logômacos – Que bagatelas, que pobreza de idéias! Vamos ao essencial. Deus é infinito secundum quid ou segundo a essência?
Dondindac - Não o entendo.
Logômacos – Mas é mesmo um besta! Deus está em algum lugar ou fora de todo lugar ou em todo lugar?
Dondindac - Não sei nada disso... Será tudo como quiser.
Logômacos – Ignorante! Pode fazer com que o que foi não tenha sido e que um bastão não tenha duas pontas? Será que ele vê o futuro como futuro ou como presente? Como faz para tirar o ser do nada e para aniquilar o ser?
Dondindac – Nunca examinei essas coisas.
Logômacos – Que sujeito rude! Vamos é preciso se abaixar, se proporcionar. Dize-me, meu amigo, crês que a matéria possa ser eterna?
Dondindac – Que me importa que exista desde toda a eternidade ou não? Eu mesmo sei que não existo desde toda a eternidade. Deus sempre meu senhor; ele me deu noção de justiça, devo segui-la; não quero ser filósofo, quero ser homem.
Logômacos – Que dificuldade com essas cabeças duras! Vamos, passo a passo: o que é Deus?
Dondindac – Meu soberano, meu juiz, meu pai.
Logômacos – Não é isso o que pergunto. Qual é sua natureza?
Dondindac – Ser poderoso e bom.
Logômacos – Mas é corporal ou espiritual?
Dondindac – Como quer que o saiba?
Logômacos – O quê! Não sabes o que é um espírito?
Dondindac – Não imagino: de que me serviria isso? Acaso eu seria mais justo? Seria melhor marido, melhor pai, melhor patrão, melhor cidadão?
Logômacos - É absolutamente necessário ensinar-te o que vem ser um espírito; escuta bem: é, é, é... Outra vez vou te dizer.
Dondindac – Tenho medo realmente que me diga menos o que é do que ele não é. Permita-lhe agora fazer uma pergunta por minha vez. Vi há tempos um de seus templos: por que é que vocês pintam Deus com uma longa barba?
Logômacos – É questão muito difícil, que requer instruções preliminares.
Dondindac - Antes de receber suas instruções, devo lhe contar o que me aconteceu certo dia. Eu acabava de mandar construir uma privada no canto do meu jardim, quando ouvi uma toupeira conversando com um besouro: “Ai uma bela fábrica, dizia a toupeira; deve ser uma toupeira bem poderosa que mandou fazer essa obra.” – “Estás brincando, respondeu o besouro, é um besouro muito genial que é o arquiteto desse edifício.” Desde então, resolvi nunca mais discutir.

Fonte

VOLTAIRE. Dicionário filosófico. Tradução: Ciro Mioranza e Antonio Geraldo da Silva. São Paulo: Editora Escala, 2008, pág 207-209.

Conclusão

Portanto, segundo Voltaire deixa claro que cada religião faz uma compreensão e possui um conhecimento acerca de Deus, considerando-o muitas vezes como Princípio Supremo, Princípio Único, Causa Primeira, Ser Transcendente, Infinito, Perfeito e Criador, que garante a ordem do universo. E também, de modo conciso, o poeta, o historiador, o teatrólogo e o filósofo francês Francois-Marie Arouet, esclarece que a pluralidade de idéias acerca de Deus é um assunto de foro íntimo tanto para as pessoas como para as religiões. Nesse sentido, segundo ele, é de suma importância a valorização e o respeito sobre as diversas formas de religiosidade, bem como é importante evitar qualquer manifestação preconceituosa em relação à experiência que o ser humano faz com o Transcendente, seja essa experiência metafísica ou não.

Tome nota

     
2) O que as cinco grandes religiões afirmam sobre: a natureza de Deus; a criação; a vida após a morte; a literatura sagrada; os seguidores?

Pilares da fé


a)      Cristianismo Simbolo do cristianismo
Natureza de Deus: É um, mas formado por três entes: Pai, Filho e Espírito Santo. O primeiro não tem forma, mas é descrito com atributos humanos. O segundo é Jesus. E o terceiro pode se revelar como vento, pomba, etc.
Criação: Deus é o criador de tudo. Depois de criar Adão, o primeiro homem, tirou dele uma costela e transformou-se em Eva, a primeira mulher. O casal morava no paraíso, mas foi expulso de lá por pecar.
Vida após a morte: Os cristãos não acreditam em reencarnação, mas aceitam que a alma pode viver eternamente. No dia do Juízo Final, Cristo vai julgar a todos. Os bons irão para o céu – e os maus, para o inferno.
Literatura sagrada: A Bíblia Cristã é composta do Velho Testamento e do Novo Testamento. Os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João são considerados os livros mais importantes pelo registro que eles fazem da vida de Jesus.
Seguidores: Com 2,1 bilhões de fiéis, é a maior religião do mundo.


b)     Judaísmo simbolo do judaísmo
Natureza de Deus: Os judeus acreditam que só existe um Deus, cujo nome (Yahweh) não deve ser pronunciado. É onipotente, onipresente e onisciente. Observa as ações de todos e conduz o destino da humanidade.
Criação: Deus criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo. Deu vida ao homem a partir do barro, com um sopro divino. Segundo a crença judaica, Ele acabará com toda a Criação quando assim o decidir.
Vida após a morte: Os judeus não acreditam em reencarnação. Para alguns, a alma fica aguardando o julgamento no dia do Juízo Final. Outros preferem a idéia de que ela é julgada imediatamente após a morte.
Literatura sagrada: A Bíblia Hebraica contém leis e orientações para a vida mas também narra a história dos hebreus – começando pela criação do mundo e pela aliança entre Deus e os patriarcas Abraão e Moisés.
Seguidores: O número de judeus ultrapassa 13 milhões.


c)      Islamismo simbolo do islamismo
Natureza de Deus: Os muçulmanos acreditam que só existe um Deus: Alá – tão perfeito que não se pode defini-Lo. Ao observar a natureza, contudo, é possível reconhecer Seus atributos: bondade, justiça etc.
Criação: Alá é o Criador de tudo, inclusive do bem e do mal. Cada detalhe do mundo e da vida é fruto da vontade Dele. Os seres humanos, por serem Suas criaturas, devem se submeter à vontade divina.
Vida após a morte: Não existe a idéia de reencarnação. Mas os fiéis acreditam que o indivíduo, depois da morte, fica aguardando o Juízo Final. Aqueles que cumprem em vida a vontade de Alá ganham o paraíso.
Literatura sagrada: O Alcorão é considerado a palavra de Deus, revelada ao profeta Maomé pelo anjo Gabriel. As traduções, no entanto, não são sagradas. Esse status só é conferido à versão escrita em árabe.
Seguidores: É a segunda crença em número de seguidores: 1,34 bilhão.

d)     Hinduísmo simbolo do hinduismo
Natureza de Deus: Brahman (não confunda com o deus Brahma) é o espírito supremo presente em todas as coisas. Não tem forma nem personalidade, mas Seus atributos se manifestam em milhões de divindades.
Criação: É cíclica: da destruição de um Universo anterior, o deus Brahma – filho de Brahman – surge para criar um novo. Muitas vezes Ele é representado como um homem de quatro cabeças e quatro braços.
Vida após a morte: Dependendo do carma (as ações em vida), a alma renasce numa forma física mais ou menos evoluída. A meta dos seres humanos é se libertar do ciclo de renascimentos por meio da devoção.
Literatura sagrada: Os primeiros ensinamentos hindus foram compilados nos Vedas, conjunto de documentos em sânscrito escritos por volta do ano 1000 a.C. Seus quatro volumes contêm tratados filosóficos e orações.
Seguidores: Terceira maior religião, com 950 milhões de devotos.

e)      Budismo simbolo do budismo
Natureza de Deus: Alguns budistas reconhecem a existência de seres sobrenaturais, mas não acreditam em um espírito supremo que governa o mundo. Seguem o exemplo de sabedoria dos budas (pessoas iluminadas).
Criação: Se não há um criador, não há criação. Ou melhor, há, mas ela é cíclica. Não tem começo nem fim e é parte da roda de sofrimento a que todos os seres humanos estão ligados pelo renascimento.
Vida após a morte: Toda vida continua, seja sob a forma humana, divina ou animal. Tudo depende do comportamento na vida anterior. Livrar-se dos apegos materiais é o caminho para alcançar a iluminação.
Literatura sagrada: Os ensinamentos de Buda foram reunidos no Tripitaka. Dessas escrituras, sobreviveram até hoje 3 versões: uma (Teravada) em idioma páli e duas (Mahayana) escritas em chinês e tibetano.
Seguidores: Estima-se que o número de budistas seja de 350 milhões.

Fonte

VERONESE, Michelle. Pilares da fé. Revista Super Interessante. São Paulo: Editora Abril, edição 263-A, Março, 2009, pág. 30-31.

Conclusão

Nesse sentido, o texto apresentado, expõe algumas características de cada religião, bem como algumas semelhanças e diferenças que existem entre elas.

Entretanto, a reflexão sobre a idéia ou concepção de Deus é um tema peculiar e de foro íntimo para cada religião, por isso a necessidade de respeitar e valorizar a experiência mística que cada uma delas faz com o Transcendente.

Saiba mais sobre

Budismo

O que existe acima de Nós? Será que alguém nos observa?

Recentemente, a NASA (agência espacial norte-americana), no dia 10 de Maio de 2003, divulgou imagens detalhadas da nebulosa Helix ou NGC 7293 captadas com o telescópio espacial Hubble. A nebulosa Helix fica a 650 anos luz da Terra, mais ou menos cerca de 6,15 quatrilhões de quilômetros. E este corpo celeste que se apresenta com o aspecto de mancha é um dos mais próximos do nosso planeta.

O quem mais impressiona é a sua forma, que se assemelha muito a um grande olho, e por isso a nebulosa Helix foi batizado pelos astrônomos de “o olho de Deus”.

Partindo desse fato, da idéia que Deus nos vê, avalia e julga, como diz no livro dos provérbios: “Os olhos do Senhor estão em todo o lugar, contemplando os maus e os bons”.

olho de Deus

Artigo da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)

Deus existe, aproveite a vida
Texto de Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues

Circula em alguns ônibus de cidades da Europa o slogan: “provavelmente Deus não existe, deixe de preocupar-se e aproveite a vida”. Será que eliminando Deus do horizonte da existência, poder-se-á eliminar a culpa por uma vida vazia de valores? Ou a noção de dever é um imperativo ínsito na própria natureza do ser humano? Será Deus um estorvo ou é Ele nossa origem e nosso destino? Não é possível não tomar posição diante destas questões.

Na Roma pagã os deuses não eram empecilhos para o “aproveite a vida”. Era assim a vida no Olimpo, morada dos deuses, um lugar de desfrute e de disputa pelo poder. Donde imperar na cultura e na vida da sociedade daquele tempo o “carpe diem”, expressão latina que tem o mesmo sentido. Entretanto, mesmo antes da chegada do cristianismo, na Grécia houve filósofos que entenderam que mais vale a prática da virtude do que a satisfação dos sentidos. O próprio Epicuro, ao propor o prazer como sumo bem, se refere ao prazer do sábio, entendido como quietude da mente e o domínio sobre as emoções e, portanto, sobre si mesmo. É o prazer da justa-medida e não dos excessos. Epicuro valoriza, pois, os prazeres morais e não identifica a felicidade com o prazer imediato.É de Epicuro a afirmação: “De todos os bens que a sabedoria nos faculta como meio de obter a nossa felicidade, o da amizade é de longe o maior”.

Mas vigora no paganismo romano, com origens filosóficas na Grécia, o hedonismo que faz do prazer imediato o sentido da vida. O slogan afixado nos ônibus de algumas cidades da Europa se situa na linha do hedonismo, modo de pensar que sustenta a propaganda consumista que todos os dias invade nossas salas de TV. Para Aristóteles, porém,  o fim supremo da vida humana é a felicidade. Mas a felicidade não está no prazer imediato, está na prática da virtude e na paz social. Donde a importância da Ética, no pensamento de Aristóteles, bem como da Política como lugar por excelência da vivência das virtudes, maxime da justiça. Ele tinha clareza de que a felicidade só pode existir plenamente através de uma ordem social justa. Ora, uma ordem social justa exige das pessoas a busca do bem comum acima dos interesses individuais. Donde ser o hedonismo uma proposta que em última análise destrói a possibilidade de viver com prazer, com alegria. Como viver com prazer numa sociedade em que cada um busca seu interesse imediato? Para os homens religiosos não há alegria maior do que a de estar com Deus. Já neste mundo é feliz quem desfruta da amizade com Deus. O destino final da existência humana é o infinito prazer da comunhão plena com Deus, depois desta vida, comunhão entendida como união amorosa, esponsais místicos.

A proposta do “slogan” acima servirá por algum tempo para algumas pessoas como forma de driblar a angústia existencial que mora em nós pelo fato de sermos mortais. A filosofia do prazer é a versão mascarada da filosofia do desespero. Em um momento de crise existencial mais aguda, essa postura ensejará o suicídio. Quando não se puder mais “aproveitar a vida”, restará o suicídio como saída. Aliás, em nosso mundo já há os que defendem a eutanásia. Para outras pessoas, o referido slogan é uma mensagem cheia de cinismo, pois veicula desprezo pela vida dos que não podem gozá-la e se torna assim um horroroso convite ao desespero. Imagine, prezado (a) leitor (a), esse slogan afixado, não nos ônibus, mas na entrada de hospitais, nas escolas onde estudam nossas crianças, nos bairros miseráveis da África ou nos casebres de nossos bolsões de pobreza. Mas Deus existe. Mais ainda: Ele veio até nós e assumiu nossa condição, nossas enfermidades e nossas iniquidades, como profetizou Isaias. O amor o sustentou. Ele afirmou: “o Pai me ama e Eu amo o Pai”; “vim trazer vida e vida em abundância”; “a minha, vida eu a dou”; “Eu sou o grão de trigo” que aceita morrer para dar vida;  tudo o que desejo “é que minha alegria esteja em vós”; “para isso aceito morrer”.

O prazer e a dor por si mesmos não têm nenhum sentido. O prazer passa. A dor também. Do só prazer sobra o vazio que pede mais prazer, ao qual segue mais vazio. O prazer e a dor só têm sentido quando são assumidos no amor e dele se tornam expressão. É o amor que dá sentido ao nosso viver. A vida, esse espaço de tempo que vai de nossa concepção até nossa morte, é para ser vivida no amor. Quem assim a vive, vai construindo sua identidade, e, ao morrer entrará definitivamente na plenitude da vida, deixando na história as marcas de sua passagem.  Aproveite, portanto, (...) a vida, gastando-a no amor, pois Deus existe, Ele é amor, caminha com você e o espera para um maravilhoso encontro de amor, sem fim.

CNBB, 28 de Maio de 2009.

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Um tributo a vida dos pais

Pai!
Quanto mais refletimos,
Quanto mais nos demonstramos,
Quanto mais nós pensamos,
Quanto mais combinamos as nossas idéias,
Quanto mais somos sinceros,
Quanto mais nos expressamos, sem a intenção de te enganar,
Mais queremos demonstrar gratidão por tudo o que tens produzido por nós,
Mais queremos revelar carinho por tudo o que tens construído por nós,
Mais queremos mostrar afago por tudo o que tens feito por nós,
Por isso, queremos com este tributo e com alegria comemorar a sua “vida”.
Abraços e beijos, pois te amamos muito!

Tributo a vida dos pais



Ps: Dedicamos esse tributo a Carlos Campos de Almeida (in memorian) aquele que sempre foi o nosso melhor amigo e companheiro nas horas das alegrias e das dificuldades.

6 de agosto de 2009

Ameno – Amenizar ou Libertar

Certamente, nos dias de hoje, fazemos muitas coisas que valorizam os nossos sentimentos, bem como aquelas que massageiam o nosso ego, como por exemplo: ir ao shopping center ou ao supermercado fazer compras; fazer um bom passeio seja lá onde for; fazer uma pintura em uma tela; fazer uma leitura de um bom livro; fazer um cafuné na pessoa que gostamos ou amamos; fazer elogios a uma pessoa que admiramos; fazer discursos para convencermos alguém; fazer amor com a pessoa amada. Enfim, fazemos tantas coisas que esquecemos de fazer aquelas que dão sentido a nossa existência e a do próximo, como por exemplo: fazer gestos de solidariedade, de igualdade, de caridade e de fraternidade; fazer promoções sociais que auxiliam o próximo seja ele quem for; fazer uma boa oração para aliviar as nossas angústias, tristezas, infelicidades, dores, sofrimentos, ansiedades ou aflições intensas.

Nesse sentido e por outros motivos, é de suma importância fazer pequenos atos de bondade ou gestos de compaixão que estimulem e valorizem a nossa existência e a do próximo, promovendo assim a dignidade da pessoa humana. Logo, há muita coisa para ser feito, e para tomarmos conhecimento e refletirmos sobre o que precisa ser feito escutemos a música “Ameno” composta pelo Grupo Era e vejamos o slide anexado.

Ameno – Amenizar ou Libertar


Depois de termos observado as imagens e lido o texto do slide, agora vejamos o trailer desse vídeo, que é a crua realidade existente em nosso país. E caso, tenha presenciado tal cena ou tenha visto situação denuncie, pois é crime.

Trailer do Filme